A Faixa de Gaza é um espaço situado no Oriente Médio, na costa Leste do mar Mediterrâneo,
entre o Egito e Israel. Sua área total é de 365 km2 o equivalente a u, quarto da cidade de São
Paulo. Sua extensão longitudinal (Norte-Sul) é de aproximadamente 39,6 km (dá para
atravessa-la a pé). Sua extensão latitudinal (Leste-Oeste), mais estreita é de 5,7 km ( o
equivalente a distância da Praça da Sé até o sul do Parque Ibirapuera). Em 1.993, logo após o
acordo realizado em Oslo (Noruega) entre judeus e palestinos, Gaza passou a ser um dos
territórios autônomos da Palestina; o outro fica a Oeste na Cisjordânia. Em 2006 Gaza passou a
ser governada pelo grupo palestino denominado HAMAS (Grupo terrorista que não reconhece
o Estado de Israel). Nesse cômodo, mais do que apertado, no início do atual ataque, viviam cerca de 2,2 milhões de palestinos com suas famílias; ou sejam 6.000 habitantes por km2.
. Com a guerra entre palestinos e judeus que estamos acompanhando atualmente, observamos uma grande desproporcionalidade: Israel maior potência militar da região, mais parece o gigante filisteu,
Golias lutando contra o indefeso e pequeno Davi. Os ataques feitos por Israel: pelo ar, mar e
terra já deixou 69% de toda a infraestrutura (escolas, hospitais, geração de energia,
abastecimento de água, alimento e unidades habitacionais) parcialmente ou totalmente
destruída. Gaza transformou-se em um cemitério de entulhos que cobrem centenas de
milhares de cadáveres. Os que restaram, ainda vivos, ficaram a mercê da sorte, sem o mínimo
necessário para a sobrevivência e entre fogo cruzado. No auge do conflito Israel não permitia
um “corredor humanitário”. Imagens mostradas pelos Noticiários os sobreviventes de Gaza
mais pareciam verdadeiros “zumbis” doentes, feridos, com fome e sede arrastando-se pelas
ruelas das cidades, em busca de esconderijos contra as bombas lançadas.
As pressões internacionais e do povo judeu contra o 1o Ministro de Israel Netanyahu resvalou
em seu prestigio e de quando em quando ele permitia a abertura de um corredor humanitário,
controlado, por isso não chegava recursos suficientes. Logo em seguida bloqueava o corredor
novamente. O quadro era tão tenebroso que muitas crianças, idosos e outros morreram. Não
pela bala de um fuzil, mas de fome, de sede, ou falta de atendimento médico. Vários países e
organizações se reuniam para elaborar um Acordo de Cessar Fogo, Israel permanecia
irredutível, pelo menos até Janeiro de 2.025.
O ACORDO DE CESSAR FOGO
Foi assinado no dia 1o de Janeiro de 2.025, época em que Donald Trump já havia vencido as
eleições para a presidência dos EUA o que ajudou a acelerar os acordos, que prevê 3 fases:
1a- Abertura ampla e irrestrita de um corredor humanitário na fronteira entre Gaza e Egito,
onde saíram muitos estrangeiros e palestinos, alguns transportados por ambulâncias até
hospitais do Egito. Comboios de caminhões carregados de alimentos, água, remédios puderam
passar livremente, da mesma forma que Vans e automóveis levavam médicos, enfermeiros e
socorristas. Vários hospitais de campanha foram montados em diversas cidades . Tudo isso
representou uma gota d’água em meio as labaredas do ardente inferno. A primeira fase
consistia ainda na troca de prisioneiros palestinos em Israel por reféns judeus vivos e mortos
detidos pelos Hamas.
2a - Proposta do Acordo - Retirar as tropas israelenses das fronteiras para não intimidar os
sobreviventes e os refugiados.
3a - Proposta, sem dúvida, a mais penosa de todas, pois trata da reconstrução de Gaza e a
governança futura deste enclave palestino. Neste caso o 1o ministro de Israel, já adiantou que
rejeita qualquer envolvimento do Hamas no governo.
Propostas para a reconstrução de Gaza - Netanyahu acredita que o mais correto é reanexar
Gaza a Israel, com isso os palestinos perderiam um território. Essa proposta não tem respaldo
legal junto as leis e órgãos internacionais. A proposta de Trump – sem dúvida a mais ousada e
cruel. Sua proposta é remover de maneira forçada todos os palestinos que se encontram em
Gaza e enviá-los a outros países árabes, que aceitem receber dentro de suas fronteiras o
equivalente a 1,5 milhões de palestinos, dentro desta proposta, uma vez concretizada, Trump
declarou “ Sabe como é, acabou” e continuou dizendo “ O EUA assumirá o controle de Gaza e
construirá no local a “RIVIERA DO ORIENTE MÉDIO” .
RIVIERA - espaço luxuoso, com requinte, construído através de elevados investimentos da
indústria turística, bancos e outras industrias multinacionais, frequentado por mi e bilionários.
Caso isso venha a ocorrer, o espaço deverá contar:
- Linda, limpas e arejadas praias com toda infraestrutura voltada para o conforto e coberta por
tamareiras;
- Luxuosos “Resorts” com guias, motoristas e carros individuais e que falem vários idiomas;
- Lindas mansões, shoppings, campos de golfe, etc....
Sabemos muito bem que Trump não pode fazer isso, através de uma decisão unilateral. A única
possibilidade de o projeto vingar é com o consentimento expresso dos palestinos. E a presença
dos EUA em Gaza só seria possível através de um acordo. Porém nada indica que os palestinos
estejam dispostos a abrir mão de Gaza para viver em outros países, com a promessa de depois
de um tempo, retornarem e receber uma nova casa na Riviera. Diante disso, a fase de
reconstrução torna-se um problema no mínimo insolúvel; pois nem Israel e nem os EUA estão
dispostos a gastar um centavo para reconstruir Gaza sem vantagens.
A opinião pública mundial e todos os organismos humanitários criticaram veementemente
esses projetos . Nesse caso percebemos que não vivemos em uma Era Humanitária e sim numa
Era de conflitos, egoísmo, crueldade e ambição. O “Bom Samaritano” não existe.
PROF. MARCOS A MORAES
Publicada no Povão Jornal https://povaojornal.com.br/jornal-eletronico/