sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

A NOVA ARMA DE TRUMP – O TARIFAÇO

- Tarifa significa: impostos, taxas , medidas tomadas por um país no comércio mundial em relação aos produtos importados de outros países, a finalidade é proteger a indústria nacional da concorrência externa, geralmente o percentual da tarifa é definido em comum acordo no plenário da Organização Mundial do Comércio (OMC) e porcentagem é relativamente baixa, em torno de 10% para estimular o livre comércio. 
-TARIFAÇO: superlativo de tarifa, que eleva as taxas cobradas a valores exorbitantes, fora das regras da OMC, tomadas por decisões unilateral, monocráticas, que promovem graves prejuízos ao comércio mundial e a economia de países mais frágeis e ao consumidor. No caso estamos falando de uma medida assinada por Trump em relação a todos os países e produtos importados pelos EUA, que aumentou as tarifas sobre IMPORTADOS PARA 25%. Isso causou um grande susto no “Sistema Financeiro Global”. Todos as nações, sejam elas pobres ou ricas, precisam “importar e exportar” produtos que não possuem ou que são insuficientes para atender a demanda interna . Esse tipo de comércio sempre existiu através de acordos e alianças, mantendo sempre o equilíbrio financeiro e econômico de cada país e do comércio mundial. EUA, país mais poderoso do mundo econômico (mais rico) sempre foi o maior importador. “Compra tudo de todos”, mas também um dos maiores exportadores. A China é o maior exportador para os EUA. Diante disso Trump, desde 2.018 (primeiro mandato) concluiu que a Balança Comercial estava muito deficitária para os norte-americanos e declarou uma “Guerra Comercial “contra a China, elevando brutalmente as tarifas sobre produtos Made in China”, a China não titubeou e agiu da mesma forma sobre produtos americanos. Trump retornou ao poder e desta vez a Guerra Comercial atinge o mundo todo. Suas consequências são desastrosas para a economia dos exportadores e também dos EUA . Vamos ver um exemplo entre o comércio do aço. Embora a China seja maior produtora, o Brasil encontra-se entre os 10 países do mundo que mais produz, é o 9º colocado e seu grande mercado são os EUA. Até agora estava vigente no comércio de aço do Brasil com os americanos, um sistema de “cota” limite da quantidade exportado, com tarifas de 10% . Agora com o anúncio de Trump a tarifa subiu para 25%. Bem, você poderia dizer: “ E, eu com isso, não como aço?”. Mas vamos ver até onde você é atingido: Para produzir aço são necessárias duas matérias primas minerais, (ferro e manganês) , nosso país possui, reservas abundantes . É necessário ainda energia, obtida principalmente da queima do carvão mineral , nossas reservas apresentam carvão de baixa qualidade e insuficiente, o que nos obriga a importar carvão de vários países, principalmente dos EUA. O segundo passo para se obter aço é derreter o ferro e manganês, fundi-los e com isso chegamos ao produto final nas grandes Siderurgias . Sendo os EUA insuficiente em sua produção necessita importar aço de vários países, incluindo o Brasil. Nos EUA o aço abastece vários tipos de empresas como: construção civil, automobilísticas, transporte ferroviário, aquático, aéreo, industrias mecânicas, eletrodomésticos etc. Com o reajuste da tarifa o aço se tornará mais caro e toda cadeia de produtiva alimentada por ele também terão seus produtos majorados. Nossa economia vai sentir um golpe profundo, ficará mais combalida e o remédio a ser tomado pelos empresários será amargo demais para os cofres públicos e para a população em geral, em função do aumento do desemprego em todos os setores, da inflação que fará subir o preço do alimento, e de outros produtos que consumimos. Isso ocorrerá em todos os países, incluindo os EUA. Por tanto tal medida , precipitada, não será boa para ninguém. Poderíamos diante disso utilizar a reciprocidade, ou seja, pagar com a mesma moeda elevando as tarifas dos produtos americanos que compramos. Mas, não é tão fácil assim, lembre-se os EUA é o mais poderoso, é uma locomotiva e os demais países são apenas vagões. Qualquer medida que for tomada contra eles a represália será cada vez maior até não termos mais folego para suportá-la . O caminho mais viável a ser traçado seria através da formalização de acordos e alianças com Trump que só os fará se levar alguma vantagem. 

PROF. MARCOS ANTONIO DE MORAES