quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Morte de um operário

Em julho passado o operário José Adão Pires foi esmagado pelo rolo de compressão do trator da empresa de terraplanagem que trabalhava.
Os colegas pouco ou quase nada disseram e é compreensível, e a família da vítima desconhece as circunstâncias que ocorreu o acidente.
Assim como aconteceu com a família do Adão muitas sofrem o descaso das empresas, que até os direitos trabalhistas desrespeitam.
Seus dependentes sequer são atendidos com dignidade e carecem de constituir um advogado para obter aquilo que lhes pertence, por lei.
Parece que os trabalhadores são meros instrumentos, tal como uma peça, que se for danificada, de pronto, será substituída.
Ninguém se importa se em uma casa há um jovem que todas as noites adormece chorando pela falta do pai.
Poucos também são os empreiteiros que fornecem equipamentos de segurança para os funcionários e ainda se dizem corretos.
Nota-se que a vida anda sendo cotada a nível baixíssimo. Lembra-me um trecho O Último Discurso do filme O Grande Ditador, de 1949, de Charles Chaplin: "... Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. "

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